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Aps confuso no Rio-2016, ministro do STF nega pedido de habeas corpus de Lochte 473k6p

Nadador foi acusado de falsa comunicao de crime aps ter dito imprensa que foi assaltado durante os Jogos 401n1r

postado em 27/11/2018 16:29 / atualizado em 27/11/2018 16:46

AFP / MARTIN BUREAU
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, negou pedido de habeas corpus movido pela defesa do nadador norte-americano Ryan Lochte, acusado de falsa comunicao de crime aps ter dito imprensa que foi assaltado durante os Jogos Olmpicos do Rio-2016. O atleta desmentiu a histria aps investigaes apontarem inconsistncias na narrativa forjada.

A defesa do atleta ajuizou o pedido de habeas corpus no STF aps o Superior Tribunal de Justia acatar recurso do Ministrio Pblico para dar prosseguimento ao penal. Em julho, o Tribunal de Justia do Rio de Janeiro trancou o processo contra Lochte aps recurso dos advogados do atleta.

A corte de segunda instncia afirma que o crime de falsa comunicao de crime s ocorre quando a polcia toma conhecimento sobre o delito a partir do depoimento da vtima. No caso de Lochte, argumenta sua defesa, as autoridades souberam do caso pela imprensa, visto que o atleta no prestou depoimento nem solicitou Boletim de Ocorrncia sobre o falso assalto.

"Ainda que existam incorrees no seu depoimento, ou mesmo, ad argumentandum, que fosse inteiramente falso, no foi nenhuma comunicao autoridade policial a causa da investigao", afirma a defesa do atleta, nos autos.

O entendimento no foi aceito pelo STJ e por Barroso, que afirmou que 'embora impressionem os argumentos defensivos', a hiptese de concesso de habeas corpus destinada a ru preso ou na iminncia de priso em situao de flagrante violao jurisprudncia do STF ou da Constituio, no sendo o caso do americano.

"Para alm de observar que o paciente no est preso (ou na iminncia de s-lo), a hiptese de habeas corpus que, em ltima anlise, questiona ato de recebimento da denncia", afirma Barroso. "Esse ato, contudo, no me parece violar a jurisprudncia do STF ou o texto da Constituio Federal de 1988, muito menos consubstanciar deciso teratolgica ou absurdo jurdico."

Barroso diz ainda que "incontroverso" que o inqurito policial sobre o falso assalto ocorreu exclusivamente pela cobertura miditica proporcionada pela narrativa criada por Lochte, que provocou a atuao da Polcia Civil em apurar o falso crime.

RELEMBRE O CASO - Ryan Lochte comunicou que havia sido assaltado durante a sada de uma festa no dia 14 de agosto de 2016, durante a Olimpada. Na verso forjada apresentada imprensa, o nadador relatou que voltava de txi da Casa da Frana e seguia rumo Vila Olmpica com trs amigos quando foi abordado por dois indivduos com distintivos. A dupla ordenou que o grupo descesse do veculo e ameaaram o nadador com uma arma de fogo, roubando seus pertences, incluindo US$ 40, trs cartes de crdito e um carto pr-pago. Aps o "crime", os suspeitos teriam fugido do local.

No entanto, investigao da Delegacia Especial de Apoio ao Turista da Polcia Civil apontou que Lochte e seus amigos estavam no Auto Posto Jardim Ocenico no momento em que o falso crime teria ocorrido. O grupo teria descido do txi para usar o banheiro e, segundo cmeras do local, urinaram no cho e em um publicitrio do estabelecimento.

No dia seguinte falsa comunicao do crime, Lochte j havia retornado aos Estados Unidos. Aps a descoberta de inconsistncias em sua narrativa, o nadador pediu desculpas, mas foi processado pelo Ministrio Pblico do Rio de Janeiro e se tornou ru na ao movida por falsa comunicao de crime.

Antes do escndalo, Lochte era um dos nomes de destaque na natao da Rio-2016, sendo vencedor de uma medalha de ouro nos 4200 metros livre na competio. O atleta tambm havia conquistado o ouro nos Jogos de Londres-2012, Pequim-2008 e Atenas-2004. Em 2009, chegou a superar Michael Phelps e foi eleito o melhor nadador dos Estados Unidos.

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